segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O sindicato do patrão dá aval as demissões na Santa Casa

         Na Assembléia dos trabalhadores da Santa Casa realizada na última sexta-feira 22 de janeiro na câmara de vereadores, a direção do Sindisaúde na figura do seu presidente Paulo Silva, propôs aos trabalhadores que lotavam o plenário, o Plano de Recuperação do hospital, feito pelo Mãe de Deus, contratado pelo governo Yeda, pelo secretário da Saúde Osmar Terra em conjunto com o prefeito Wainer para reabrir o hospital fechado a mais de 90 dias.


As propostas apresentada na assembléia foram às seguintes:

1° Demitir 30% dos trabalhadores e suspender o contrato dos restantes por prazo indeterminado.

2°Demissão de todos os funcionários.

3°Suspender o contrato de todos os funcionários por tempo indeterminado.



         Nós como sabíamos da intenção de demitir, proposto pelas principais figuras políticas e do próprio sindicato, tratamos de colocar algumas contradições em parte da direção do sindicato, principalmente aconselhando o Silvio vice-presidente e líder do movimento dos trabalhadores, muitos acreditavam que não iria se render ao poder de argumentação da FESSERS, CUT e aos governantes de plantão. Silvio em muitas assembléias dizia-se preparado para enfrentar a hora “D”, como ele bem dizia que seria a hora que os patrões viriam com a proposta de demissões e que ele e a direção do sindicato aceitariam, mas, desde que os trabalhadores fossem pagos, indenizados como é de direito.

         Nós por outro lado, pautávamos pela “Não Demissão”, de nenhum trabalhador, porque sabemos que esta atitude não é a solução para o hospital, pois aumenta o passivo, assim como as retiradas das receitas do hospital através de ações judiciais, aumentará também o caos social em nossa cidade, gerando mais desemprego, argumentamos ainda que as demissões não seriam técnicas e sim políticas, pois os indicados pelo prefeito, vereadores, os puxa saco do patrão, os envolvidos no esquema de corrupção continuariam trabalhando. Os prejudicados seriam os trabalhadores mais humildes as mães de família, quem realmente precisam trabalhar para dar sustento a sua família dignamente, estes sim seriam os que perderiam o seu emprego.

Sem saber das propostas acima trabalhei para aconselhar, firmar a nossa posição, com a direção do sindicato, principalmente com Silvio o Vice que, em muitas vezes enfrentará o próprio presidente em algumas posições. Propus a diversos companheiros que estavam em diferentes grupos, espalhados pela praça, que não aceitassem as demissões sem indenização, como era a proposta da direção do sindicato.

          Após a explanação das propostas, e os trabalhadores deveriam escolher entre uma delas, tratei de construir a 4° que seria dizer as tres anteriores não nos serve nenhuma, dizer não as demissões, fora Mãe de Deus e a direção do hospital. Silvio em sua fala inicialmente veio a encontro de nossa proposta, mas recuou logo a seguir, “deveríamos apresentar a 4° proposta que seria dizer não as demissões, fora mãe de Deus e a mesa diretiva do hospital, os trabalhadores aplaudiram, ele continuou, mas não podemos ser irresponsáveis neste momento, onde a comunidade espera que reabra o hospital e nós não seremos o empecilho, dando um banho de água gelada nas minhas intenções”. Como cordeiros que irão para o abate sendo a morte certa os funcionários nem mesmo esboçaram reação sobre as três propostas apresentadas, com medo de represálias, pois o terror a perseguição ainda procede naquela instituição, ou porque talvez o silencio manteria alguma chance de permanecer entres o que não serão demitidos.

Como forma de protesto e por desespero mesmo, pois não agüentam mais esta situação, votaram na demissão imediata de 30% do quadro funcional e a suspensão do contrato dos restantes, ou seja, é o fim.

          Quem sempre foi pelego sempre será pelego, defendem o social, defendem os patrões, defendem o bolso deles manipulando um povo desesperado e sem alternativa para resistir. Assim age a CUT e seus sindicatos e os representantes do governo Lula/Yeda/Wainer. É muito triste esta situação, ao invés de lutar por manter o emprego dos trabalhadores, o hospital aberto para atender a população, exigirem auditoria para saber onde foram parar os 500 mil que desviaram dos cofres do hospital, a direção do sindicato que tem estabilidade para fazer estas lutas se entrega, fazendo com quem pague a conta seja os mais humildes, o povo, os trabalhadores.





Rogério Benites.

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