Participei hoje do grande ato que demarcou o antigo DOPS atual Palácio da Policia aqui na capital, onde eram torturados e mortos membros de partidos políticos de esquerda, estudantes, trabalhadores e trabalhadoras, que ameaçavam a ditadura Militar no Brasil. Ato este coordenado pelo valoroso lutador Pedro Ruas que muito nos orgulha do PSOL.
Sem Medo da Historia e da Justiça
O Comitê Carlos de Ré, da Verdade e da Justiça, faz um chamado a
todos que defendem direitos humanos, democracia e o direito à memória
histórica, para que se somem na luta por Verdade
e Justiça.
Na historia recente do Brasil, o
triste episódio da Ditadura Militar de 1964 a 1985 não pode ser “apagado” de
nossa memória coletiva. Para isso, demanda-se a realização de Justiça. Em nome de “defender o pais
dos perigos da esquerda”, o regime militar prendeu, interrogou e torturou
milhares de brasileiros e matou centenas de estudantes, trabalhadores e
trabalhadoras do campo e da cidade. Foram crimes hediondos que violaram os
direitos humanos. Mas tudo isso ainda é muitas vezes negado diretamente pelos
beneficiados pela ditadura e que ainda estão no poder. Assim, os documentos da
ditadura, seus mortos e desaparecidos, são tratados como algo que nunca
existiu.
Em países como Chile, Argentina,
Uruguai e África do Sul, a concretização do direito à memória, verdade e
justiça, foi, ou vem sendo, realizada. No Brasil, no entanto, esse processo é
lento, o que beneficia os agentes e mandantes da tortura.
A criação da Comissão da Verdade
no Brasil, que é fruto de pressão, significou importante avanço para
esclarecimento da historia em um período onde houve violações dos direitos
democráticos e humanos. No entanto, ao abrir mão de julgar os crimes da
Ditadura, a comissão mostra-se limitada e, assim, a pressão da sociedade será
fundamental para que esses crimes seja investigados, esclarecidos e punidos, já
que ainda convivemos som entulhos da ditadura, como a divida pública, a
concentração de terras, instituições antidemocráticas e uma policia
militarizada que atua a favor da criminalização dos movimentos sociais e
violenta especialmente a juventude pobre das periferias.
As vitimas, vivas ou mortas, seus
familiares e o povo brasileiro, exigem que realize, também, a indispensável
Justiça. É para isso que não aceitamos a idéia de a Lei da Anistia resolveu e
encerrou o assunto, como também não aceitamos que a Comissão seja somente da
Verdade, tanto que nosso Comitê é da
Verdade e da Justiça. Não é possível anistiar quem torturou, estuprou e
matou nos porões de órgãos como o DOPS e o DOI-CODI, a exemplo do que ocorria
no “Dopinha”, da Rua Santo Antonio e na Ilha do Presídio, ambos em Porto
Alegre.
Os crimes cometidos pela Ditadura
Militar são crimes contra a humanidade e esses crimes são, por sua natureza,
imprescritíveis, não sendo passiveis de qualquer anistia. A dignidade humana é
inviolável em qualquer circunstância. E é em nome dessa inviolabilidade que se
exige a punição dos responsáveis pelos crimes hediondos da Ditadura Militar. Queremos
a VERDADE e exigimos a JUSTIÇA! Pela PUNIÇÃO AOS TORTURADORES!
Na foto abaixo Ewagner e mais três sobreviventes das torturas.
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