O PSOL propõe que o salário mínimo seja reajustado em 38%, passando para R$ 700. Mas o governo do Partido dos “Trabalhadores” alega que cada R$ 1 de aumento no mínimo gera uma despesa anual de R$ 286,4 milhões, com pagamento de aposentadorias e outros benefícios vinculados a ele. Portanto, para se obter, por exemplo, o mínimo de R$ 700, seriam necessários R$ 46 bilhões. Parece muito, mas essa quantia é equivalente a apenas 44 dias de pagamento da dívida pública, que consumiu R$ 380 bilhões em 2009. Dívida questionável, pois, conforme a CPI da Dívida, recentemente concluída na Câmara dos Deputados, foi identificado graves indícios de ilegalidades no endividamento, tal como a aplicação de “juros sobre juros”, já considerado ilegal pelo Supremo Tribunal Federal.
Se já foram apontadas irregularidades na dívida porque os parlamentares não a questionam? A lógica está invertida. A maioria dos “Representantes do Povo” continua consentindo o pagamento dos juros ilegais da dívida, beneficiando os bancos, investidores privados e instituições financeiras internacionais, enquanto os trabalhadores brasileiros não recebem sequer o mínimo para sobreviver. Sem falar na falta de investimentos em educação, saúde, saneamento, etc.
Texto da Vereadora Fernanda Melchionna de Porto Alegre
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